Nasceu nas Caldas da Rainha, em 1976.
Formou-se em Biologia pela Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa, onde também se doutorou com um estudo sobre as aves limícolas do estuário do Tejo (sobretudo as que gostam de voar ou correr ao sabor das marés).
Embarcou depois noutras aventuras, até às ilhas remotas das Selvagens e das Desertas, para aprender mais sobre a migração de aves marinhas, como as cagarras ou as almas-negras. Mais recentemente migrou ela própria para uma outra ilha do Atlântico – a da Grã-Bretanha – para trabalhar numa Organização-Não-Governamental de Conservação da Natureza chamada BirdLife International.
Viveu quase toda a sua vida em Oeiras, onde desde cedo se interessou pelos malmequeres e caracóis que encontrava nos terrenos baldios perto do prédio onde morava ou na estação agronómica nacional, ali bem próxima.
Foram talvez estas primeiras explorações, juntamente com os muitos livros com que cresceu, as bases da sua paixão pela ciência, e pela Biologia em particular.
Aos 5 anos, ofereceram-lhe o disco do Jardim Jaleco e nunca mais voltou a ser o mesmo.
Terá sido por essa altura que começou a subir à prateleira do pai para ler todos os livros de banda desenhada que encontrava.
Aos 10 anos atropelou uma velhota quando ia lançado na sua bicicleta amarela e esta recordação, assim como os remorsos e a culpa, nunca mais o largaram.
Aos 16 anos conheceu a Isabel e a Madalena que lhe deram a conhecer as vicissitudes de uma vida intelectual.
Aos 17 anos, os testes psicotécnicos indicaram “92% ar livre”.
Aos 19 anos, entrou para o Curso de Design de Comunicação da Faculdade de Belas Artes de Lisboa. A certa altura resolveu sair (os testes psicotécnicos tinham razão).
Por essa altura fez o Curso de Desenho na Sociedade de Belas Artes.
Aos 22 anos entregava empadas em cafés numa carrinha. Quem o conheça não terá dificuldade em adivinhar a causa do despedimento (“esmagamento e furto de empadas” constava no processo). Foi assim que começou a sua carreira de desenhador.
Em 1999, fundou o Planeta Tangerina.
Desde então ganhou vários prémios:
BolognaRagazzi Awards (Non-fiction, 2019 / Opera Prima, 2015); Gustav Heinemann Peace Prize (Germany, 2017); Menção Honrosa no “Best Book Design From All Over the World” da Leipzig Foundation; “Melhor álbum ilustrado” no Deutscher Jungendliteraturpreis (2017), “Melhor Livro Editado” no CJ Picture Book Festival da Coreia; Prémio Nacional de Ilustração 2009 e 2020; “Melhor Livro” Banco del Libro (Venezuela); Nomeação para a Lista de Honra do IBBY.
Os seus livros estão publicados em mais de 25 países.