CONTEXTO
“CresceRio”, é um projeto do MARE – Centro de Ciências do Mar e do Ambiente, em parceria com a Marionet. Arrancando, em 2018, como um projeto piloto, o sucesso da sua implementação deu-lhe continuidade nos anos seguintes. Tem como objetivo aproximar a comunidade escolar (estudantes, professores, auxiliares, famílias) dos ecossistemas aquáticos presentes na cidade de Coimbra, evidenciando a relevância dos ribeiros no bom funcionamento da cidade, assim como a importância da preservação dos mesmos.
As crianças são o grupo-alvo deste trabalho. Através de saídas de campo a ribeiros da zona de Coimbra, de idas a laboratório e da montagem de um espetáculo final, os alunos e as alunas são envolvidos num contacto pedagógico com a natureza, que em muitos casos não existiria. Desde logo, esta iniciativa aumenta a consciencialização de assuntos relacionados com ecologia e desenvolvimento cívico. Mas numa segunda instância, as crianças estão também envolvidas neste processo artisticamente, podendo assim expressar, de forma criativa, todos os conhecimentos que adquiriram.
PROJETO PILOTO
O projeto inicial, que teve o seu arranque com uma turma da Escola Básica da Solum, incluiu uma série de objetivos que se mantiveram ao longo das edições seguintes:
– dar a conhecer os ecossistemas ribeirinhos à comunidade escolar;
– promover o contacto das crianças com a natureza;
– dar a conhecer a biodiversidade dos ribeiros urbanos e as causas da sua degradação;
– fomentar o contacto com atividades científicas relacionadas com a avaliação ecológica dos rios;
– desenvolver a responsabilidade social pela preservação e recuperação dos rios urbanos e dos seus ecossistemas, por parte da comunidade escolar.
SAÍDAS DE CAMPO / AULAS DE LABORATÓRIO
Um aspeto fundamental deste projeto é a vertente de saídas de campo. Em conjunto com o grupo de investigação do MARE, as turmas começam por recolher amostras de água e vegetação que se encontram nos corredores ripícolas dos vários ribeiros urbanos visitados. Numa segunda fase, as crianças passam à análise das amostras recolhidas, em laboratório, com supervisão da equipa de investigadores, o que permite uma comparação das propriedades da água, de modo a perceberem se esta se encontra, ou não, saudável.
1.ª EDIÇÃO
Após o referido trabalho de visita, recolha e análise, no qual a turma esteve envolvida entre 2019 e 2022, o processo culminou com a criação de um espetáculo.
HISTÓRIAS DO RIO (Espetáculo)
Os primeiros momento de criação traduziram-se em conversas com as crianças, sobre a importância do tema que a turma havia desenvolvido, durante 3 anos, assim como as suas opiniões sobre a produção teatral e as personagens gostavam de interpretar. Partindo dos resultados destas conversas e da informação obtida, a equipa da Marionet escreveu o guião e coordenou os ensaios.
No último ano do projeto, foi proposto que a turma pensasse em toda a experiência vivida até então e criasse um espetáculo através dessa premissa. “Histórias do Rio” abordou temas que o grupo de crianças identificou como fulcrais, durante o percurso da descoberta e análise dos rios urbanos e dos seus ecossistemas.
A estreia aconteceu no dia 30 de junho de 2022 e o espetáculo materializou-se num conjunto de 6 contos, focados na importância dos ecossistemas aquáticos em meios urbanos e em estratégias de como preservá-los. Devido à enorme adesão de público, o espetáculo foi reposto em mais duas sessões, ambas no dia 24 de setembro de 2022.
2.ª EDIÇÃO
Mantendo a sua relevância social e artística, este projeto continuou no ano letivo de 2019/20, ao qual se juntaram alunas e alunos do 4º ano da escola EB1 Solum Sul. Tiveram a oportunidade de adquirir conhecimentos sobre os ecossistemas que nos rodeiam e aprofundá-los através da criação de um objeto artístico. Tal como nos anos anteriores, as atividades incluíram saídas de campo, conversas e ensaios, culminando num novo espetáculo.
AS VIDAS DO RIO (Espetáculo)
“As Vidas do Rio” foi uma produção teatral sobre ribeiros urbanos e seus ecossistemas, que lançou um olhar desde a relação das pessoas com os rios, até àquilo que estes contêm e que nos é invisível. Nos contos que compõem a peça, descobrimos o significado de palavras que parecem inventadas, um pescador que não sabe onde se sentar, uma reunião de inquilinos aquáticos descontentes, amigos do coração com um apetite aguçado e invertebrados que não estão satisfeitos com a vida que levam. E os seres humanos? Dizem querer usufruir, mas acabam a destruir.
3.ª EDIÇÃO
O projeto prossegue no ano letivo 2023/24, desta vez com crianças da Escola Básica de São Martinho do Bispo, acompanhando-as ao longo de quatro anos lectivos, prolongando-se assim até 2026/27. A primeira saída de campo já se realizou, a 11 de Abril, à ribeira situada na envolvente natural do santuário de Nossa Senhora da Piedade de Tábuas, na Freguesia de Vila Nova, em Miranda do Corvo.