Sr. de Chimpanzé
Sr. de Chimpanzé
Júlio Verne
Mário Montenegro
Isidore disfarça-se de chimpanzé para conseguir entrar no museu zoológico dirigido pelo pai da rapariga de quem gosta. Esta opereta de Júlio Verne foi apresentada pela primeira vez em Paris em 1858, um ano antes da publicação da mais famosa obra de Darwin que causou grande celeuma por abrir a possibilidade de parentesco entre nós e os outros animais (nomeadamente outros primatas). Inicialmente mal recebida pelo público parisiense, a peça ficou inédita até 1980, quando um exemplar do libreto foi encontrado nos arquivos da censura por Robert Pouvoyeur, um especialista em Verne e Offenbach. A tradução portuguesa deve-se a Mário Montenegro, e à produção da Marionet deste texto no Museu da Ciência da Universidade de Coimbra durante a Noite Europeia dos Investigadores de 2009.
Disponível
2010
978-84-9916-256-0
Peça de Teatro
Marionet
Júlio Verne
Jules Gabriel Verne, conhecido nos países de língua portuguesa por Júlio Verne, nasceu em Nantes, a 8 de fevereiro de 1828. O mais velho dos cinco filhos de Pierre Verne, advogado, e de Sophie Allote de la Fuÿe, de uma família burguesa de Nantes, é considerado o inventor da ficção científica, tendo predito nos seus livros o aparecimento de novos avanços científicos, como os submarinos, as máquinas voadoras e a viagem à Lua.
Ingressou, com oito anos, no Seminário Saint-Donalien, tendo em seguida, estudado filosofia e retórica no Liceu de Nantes. Apesar de uma tentativa (frustrada, aos 11 anos) de fugir embarcado para a Índia, acabou por seguir os desejos do pai, e seguir estudos em Direito, formando-se em Nantes em 1846 e mudando-se para Paris em 1848 para prosseguir os seus estudos. É ali que inicia a sua carreira literária, e dá prioridade à sua paixão pelo teatro e literatura sobre os estudos de Direito. É desta forma que entra em contacto com algumas das grandes figuras da literatura francesa da segunda metade do século XIX, como Victor Hugo e Alexandre Dumas, tendo este tido um papel fulcral na produção do seu primeiro texto dramático “Les Pailles Rompues” (As Palhas Partidas, estreada a 12 de Junho de 1850). No ano seguinte de 1851, publica o seu primeiro conto, “Un drame dans les airs” na revista Musée des familles, editada pelo seu conterrâneo Pierre-Michel-François Chevalier (conhecido como “Pitre-Chevalier”). Em 1862, conhece o editor Pierre-Jules Hetzel, que irá publicar na sua revista não só o primeiro romance, “Cinq semaines en ballon”, mas a maioria das obras porque Verne é hoje conhecido, nomeadamente “Voyages et aventures du capitaine Hatteras”, “Vingt mille lieues sous les mers”, “Voyage au centre de la Terre”, “De la Terre à la Lune” e “Le tour du monde en quatre-vingts jours”. A partir de 1867, quando Verne compra o barco Saint-Michel (que irá substituir sucessivamente com o Saint-Michel II e o Saint-Michel III) veleja pela Europa e até à America.
A 9 de março de 1886, ao regressar a casa, o seu sobrinho de 26 anos, Gaston, desferiu nele dois tiros de pistola, um dos quais terá acertado na perna esquerda de Verne, deixando-o manco para o resto da vida. Este incidente, escondido da imprensa, levou ao internamento de Gaston num asilo para doentes mentais.
Foi feito Chevalier de la Légion d’Honneur (Cavaleiro da Legião de Honra) em 1870, e promovido a Officier de la Légion d’Honneur (Oficial da Legião de Honra) em 1892.
A 24 de março de 1905, doente com diabetes crónica e com complicações relacionadas com um enfarte que lhe tinha deixado o lado esquerdo do corpo paralisado, Júlio Verne morreu na sua casa, em Amiens (no actual Boulevard Jules-Verne). O seu filho, Michel Verne, encarregou-se da publicação das suas restantes obras, tendo a série Voyages Extraordinaires (onde Verne publicara grande parte das suas obras) continuado ainda durante alguns anos.
Em 1989, o bisneto de Verne descobriu o romance inédito “Paris au XXe siècle”, que foi depois publicado em 1994.
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