Abriram-se as Portas da Percepção
Estreámos ontem, no Teatro Académico de Gil Vicente, em Coimbra, o espetáculo “As Portas da Percepção”, em dois horários. Se não tiveram oportunidade de assistir, hoje há uma derradeira sessão, às 21h30.
A ideia para este projeto, baseado em textos de William Blake, partiu do diretor do TAGV, Manuel Portela, professor do Grupo de Estudos Anglo-Americanos da Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra e tradutor de várias obras daquele autor. A singularidade dos “livros iluminados” de Blake, em particular no tocante ao conteúdo poético e à multiplicidade de processos de construção, tornaram-nos frutos sugestivos e apetecíveis para a construção deste espetáculo transdisciplinar.
Da sinopse: Aqui estão ideias de liberdade para os corpos e para as emoções na forma de um novo Génesis. Um mundo sem escala ou tempo absolutos, em que o nascimento de um homem é também a explosão original geradora do mundo finito. Mente e corpo são um só, encerrado nos cinco sentidos finitos. Antes era o infinito e só a vontade determinava a forma. Depois de cairmos da Eternidade ficámos condenados aos limites do mundo material que podemos percecionar. Instituições seculares como Igreja, Estado e parte da comunidade científica procuram organizar esta perceção para legitimar as suas leis com medições e cálculos. Limpar as portas da perceção permitirá contemplar esta conspiração, mas também encontrar o indivíduo incapaz de obedecer. O Homem ilimitado, que suportará a complexidade sem se esconder aquém do horizonte.
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