Três Horas Esquerdas marcou a estreia da Marionet, resultado de uma coprodução com o Teatro Académico de Gil Vicente, este espetáculo foi também a primeira vez do escritor russo do início do século XX, Daniil Kharms (1905-1942), nos palcos portugueses. Autor de uma larga obra de escritos com um estilo muito particular, grande parte da sua obra esteve proibida na Rússia estalinista do início do séc. XX e só já na segunda metade desse século os seus textos começaram, pouco a pouco, a emergir.
Consciente da importância da obra deste escritor na literatura mundial, a Marionet quis contribuir para o seu conhecimento dentro das nossas fronteiras. Por isso, e a par do espetáculo Três Horas Esquerdas, foi editado um livro homónimo, que contém os textos de Daniil Kharms utilizados no espetáculo, traduzidos por Júlio Henriques, que é também responsável por uma introdução ao escritor e ao seu universo igualmente incluída no livro.
O Três Horas Esquerdas tem por esqueleto 14 curtos textos do escritor russo do início do século XX Daniil Kharms (1905-1942) agrupados num pequeno capítulo da Grande Enciclopédia da Estupidez Humana.
Encontramos frequentemente na escrita de Kharms sequências de situações inverosímeis, agrupadas no mesmo texto como situações normais, do quotidiano. Em muitos dos seus textos, Kharms retrata uma realidade que nos parece estranha, onde a pequenez humana e os defeitos surgem ampliados, em destaque.
A escolha dos textos procurou demonstrar a visão única de Kharms sobre alguns temas que atravessam a sua escrita: o acaso, a repressão, a censura, a curiosidade humana, a crueldade, a mesquinhez das preocupações humanas.
Ao apresentar estes textos na contemporaneidade quisemos estabelecer um paralelo entre as questões sociais, políticas, culturais, sobre as quais Kharms escreveu na altura (Rússia nos anos 30) e a situação que vivemos nós agora, em Portugal e no mundo. Kharms apresenta-nos a sua visão sobre o seu mundo, nós apresentamos a nossa visão sobre Kharms e sobre o nosso mundo.
Os textos funcionam como críticas mordazes que revelam a crueldade de certos comportamentos e ideologias que ainda hoje existem e, de um ponto de vista pessimista, ou realista, para sempre existirão nas comunidades onde exista o Homem.
A partir de textos de Daniil Kharms
Tradução Júlio Henriques
Encenação Mário Montenegro, Nuno Pinto
Cenografia Rita Crespo Sampaio
Figurinos Maria João Sampaio
Desenho de Luz Pedro Machado
Fotografia de Cena e Registo Vídeo Nuno Patinho
Interpretação Mário Montenegro, Nuno Pinto
Coprodução
Marionet | Teatro Académico de Gil Vicente
Apoio
Editora FENDA
IPJ-Coimbra
Câmara Municipal de Coimbra
Delegação Regional da Cultura do Centro
Fundação Calouste Gulbenkian
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