Se há ciência profusamente estudada pelo teatro, essa é a ciência do amor. Esta peça de Thomas Shadwell é (mais) um tratado sobre as variadas formas de relações afetivas entre seres humanos. Nela temos representadas relações conjugais e extraconjugais, amores platónicos, românticos e carnais. E o outro lado destes amores, também — o desencanto, o desprezo, a rejeição, a raiva, a traição, a vingança.
Bruce e Longvil são dois jovens enamorados por Miranda e Clarinda, mas os seus amores estão trocados — Bruce gosta de Clarinda que gosta de Longvil que gosta de Miranda que gosta de Bruce. Para além deste desencontro afetivo, as jovens estão sob a alçada de um tio e uma tia, Sir Nicholas Gimcrack e Lady Gimcrack, que dificultam a concretização dos seus interesses amorosos com o pretenso objetivo de salvaguardar a honra das jovens donzelas. Num exemplo clássico do ditado “Olha para o que eu digo e não para o que eu faço”, os tios têm, cada um, as suas aventuras extraconjugais.
Os dois jovens, para se aproximarem das sobrinhas, fingem-se interessados nas experiências científicas que Sir Nicholas desenvolve. Ele, um exemplo paradigmático dos primeiros exploradores da ciência moderna, é acompanhado de perto por um orador inveterado —Sir Formal Trifle — que faz o elogio e a apologia da sua atividade científica, enquanto se tenta aproximar da jovem Clarinda.
A estas personagens juntam-se os amantes clandestinos do casal Gimcrack, eles próprios com uma relação amorosa entre si, e o velho Snarl — tio de Sir Nicholas —, grande defensor do antigamente e crítico acérrimo dos comportamentos degenerados das novas gerações.
É um novelo intrincado, o que se desenrola n’ “O Virtuoso”, em que a novíssima ciência moderna se mistura com a antiquíssima ciência do amor.
+INFO
Convento São Francisco | Coimbra
23 de outubro de 2025 | 21h00
Classificação etária | M/12
Duração | 2h30 + Intervalo [8m]
Bilhetes | TicketLine / CSF
€10 / €6 < 25 anos, estudantes, comunidade uc, rede alumni uc, > 65 anos, grupo ≥ 10, desempregada/os, profissionais da cultura, parcerias ‘Theatre About Science’
A sessão inclui interpretação em língua gestual portuguesa.
A reposição deste espetáculo é-nos duplamente especial: por um lado, inclui-se no programa artístico do Colóquio Internacional ‘Theatre About Science’, co-organizado pela Marionet; e, por outro, a apresentação acontece exatamente no dia em que a nossa companhia celebra o seu 25.º aniversário!
No âmbito do cruzamento disciplinar entre teatro e ciência — o habitat natural da Marionet —, esta é uma peça muito relevante, uma vez que é a primeira peça, na História do Teatro, que tem um cientista como protagonista.
Traduzida para português por Mário Montenegro, esta obra, estreada em 1676, retrata a Ciência como um conjunto de atividades ridículas e vãs, realizadas por indivíduos que não têm nada melhor para fazer com o seu tempo. O texto permite-nos colocar em perspetiva o vasto percurso percorrido pelo empreendimento científico, já que, hoje em dia, a vasta maioria das pessoas reconhecerá que a Ciência é uma componente essencial nas nossas vidas, mas nem sempre teve esse reconhecimento, como testemunha este espetáculo.
Discussão e Ideias Carolina Caseiro, Carolina Costa Andrade, Eduarda Ortiz, Filipe Eusébio, Francisca Moreira, Hugo Inácio, Inês Dias, Laetitia Morais, Marcelo dos Reis, Maria Teixeira, Mário Montenegro, Pedro Andrade, Ricardo Jerónimo, Silvia Carballo, Sílvia Santos, Simão Lopes, Teosson Chau, Thiago Vaz, Tiago Sousa, Vicente Paredes, Vitória Oliveira, Zé Ribeiro
Texto Thomas Shadwell
Encenação e Tradução Mário Montenegro
Interpretação Carolina Caseiro, Carolina Costa Andrade, Eduarda Ortiz, Inês Dias, Filipe Eusébio, Hugo Inácio, Mário Montenegro, Sílvia Santos, Teosson Chau, Teresa Côrte-Real, Tiago Sousa, Vitória Oliveira, Zé Ribeiro
Direção Técnica e Iluminação Simão Lopes
Cenografia e Imagem Pedro Andrade
Figurinos Cláudia Ribeiro
Apoio aos Figurinos Gi Cavaggioni
Vídeo Laetitia Morais
Direção Coreográfica Thiago Vaz (Portingaloise – Associação Cultural e Artística)
Música e Sonoplastia Marcelo dos Reis
Operação de Som Ricardo Jerónimo, Vicente Paredes
Apoio Gráfico Joana Corker
Penteados Carlos Gago – Ilídio Design Cabeleireiros
Interpretação LGP Jéssica Ferreira, Andreia Esteves
Direção de Produção Francisca Moreira
Produção Executiva Carolina Costa Andrade, Silvia Carballo, Vicente Paredes
Comunicação Carolina Costa Andrade, Ricardo Jerónimo
Fotografia Francisca Moreira
Coprodução Marionet | Teatro Académico de Gil Vicente
Apoios
República Portuguesa — Cultura / Direção-Geral das Artes, Câmara Municipal de Coimbra, MAFIA — Federação Cultural de Coimbra, Convento São Francisco, Teatro Académico de Gil Vicente, Ilídio Design Cabeleireiros, RTP2, Rádio Universidade de Coimbra, Lameirinho
Agradecimentos
Ana Val-do-Rio, Hugo Andrade, Margarida Dias da Silva, Pedro Maranha, Sónia Cardoso, Susana Marques, Escola Secundária Infanta D. Maria, Universidade de Coimbra.
- Produções
- O Virtuoso
- Notícias
- As primeiras representações da Ciência no Teatro: um percurso de aldrabões
- E vão 24!
- Foi um espetáculo Virtuoso!
- Ligar arte e ciência, na rádio
- Uma semana para a estreia de "O Virtuoso"!
- Vem aí "O Virtuoso"!
- Vai ser assim o nosso 2025
- Últimos dias para se inscreverem no Colóquio!
- Aceitamos propostas para o Theatre About Science 2025
- Aqui estão os 4 espetáculos do Colóquio!
- Clipping
- "O Virtuoso" pela Companhia Marionet em coprodução com o TAGV estreia em dezembro [Notícias UC]
- "O Virtuoso": primeira peça de teatro com um cientista como protagonista vai a cena em Coimbra [Sapo]
- Ensaio - 11 de dezembro de 2024 [RTP1]
- Império dos Sentidos - 12 de dezembro de 2024 [Antena 2]
- Ligar arte e ciência com Jorge Afonso [Antena 1]
- O Virtuoso / Marionet & TAGV [Mutante]
- Palcos da semana: Alice, A Médica, O Virtuoso e Nouvelle Vague com magia [Público | P3]
- Primeira peça de teatro com um cientista como protagonista vai a cena em Coimbra [Observador]
- Primeira peça de teatro com um cientista como protagonista vai a cena em Coimbra [Diário de Coimbra]
- “O Virtuoso” junta ciência e arte em palco [A Cabra]